ATA DA NONA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 14.05.1996.

 

Aos quatorze dias do mês de maio do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão destinada a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Odilon Ramos, nos termos do Requerimento no 107/95 (Processo no 2105/95), de autoria do Vereador Giovani Gregol e aprovado pela Casa. Compuseram a MESA: o Vereador Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, o Senhor Odilon Ramos, o homenageado, o Desembargador Décio Wedy, representante do Tribunal de Justiça do Estado, o Deputado Estadual Ciro Simoni, representando a Assembléia Legislativa, o doutor Daiçon da Silva, representante da Secretaria de Educação do Estado, o Vice-Prefeito de Santo Antonio da Patrulha, Senhor Antonio Carlos Azevedo, a Senhora Martina Ramos, mãe do homenageado, a Senhorita Elisângela Reghelin, 1a Prenda do Estado, Senhor Aristides Costa, Prefeito de Lavras do Sul e Presidente da Associação dos Prefeitos do Sudoeste do Estado, Senhor Jorge Labela, Secretário de Turismo de Lavras do Sul e Presidente da Associação de Turismo Pampa, Senhor Odone Machado Ramos, Prefeito de Nova Santa Rita e irmão do homenageado. Em prosseguimento, o Senhor Presidente referiu-se ao Senhor Odilon Ramos como um cidadão que faz parte de nossas raízes e da nossa tradição. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Giovani Gregol, que na condição de autor da presente homenagem, destacou os feitos do homenageado e que apesar da pouca idade o mesmo já fez muito pela arte gaúcha e também pela ecologia. A seguir, o Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre a importância de mantermos o tradicionalismo gaúcho e, da justa homenagem consagrada ao Senhor Odilon Ramos. O Vereador Elói Guimarães como conterrâneo do homenageado, agradeceu ao Vereador Giovani Gregol e disse que a proposição também contempla o povo de Santo Antônio da Patrulha. A seguir, o Senhor Presidente anunciou a apresentação do Coral de São José, com a música “Negrinho do Pastoreio”. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou o recebimento de manifestações do Deputado Estadual Bernardo de Souza e o telegrama da Senhora Onerci e Família. Em continuidade, o Senhor Presidente procedeu a entrega ao homenageado, da obra recentemente editada, alusiva aos dez anos da nova Sede da Câmara de Vereadores. Em continuidade, o Senhor Presidente também fez a entrega ao Senhor Odilon Ramos, da obra dos poetas Luiz de Miranda e Luiz Coronel, “Porto Alegre à beira do rio e do meu Coração”, bem como de um CD de autoria de Pileco, artista da região missioneira. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Vereador Giovani Gregol para fazer a entrega ao homenageado, do diploma de Cidadão de Porto Alegre e, a Senhora Martina Ramos para a entrega da Medalha ao Senhor Odilon Ramos. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao homenageado que discorreu sobre suas origens e manifestou sua satisfação ao ser agraciado com o título de “Cidadão de Porto Alegre”. Logo após, o Senhor Presidente convidou novamente o Coral Municipal de Cachoeirinha, que apresentou a música “Meu rancho-coração”, de autoria do homenageado. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Pedro Ruas. Às vinte e uma horas, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol, e Secretariados pelo Vereador Giovani Gregol, como Secretário “ad hoc”. Do que eu Giovani Gregol, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1o Secretário e Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Nós damos por aberta a 9a Sessão Solene da XI Legislatura, destinada à outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Odilon Sílvio Machado Ramos. É uma iniciativa do Ver. Giovani Gregol. Convidamos também o Desembargador Décio Spalding de Almeida Wedy, representando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Convidamos o Deputado Estadual Ciro Simoni, neste ato representando a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Convidamos o Vice-Prefeito de Santo Antônio da Patrulha, o Sr. Antonio Carlos de Azevedo. Convidamos a Sra. Martina Machado Ramos, mãe do homenageado, para integrar a Mesa. Convidamos Srta. Elisângela Reghelin, Primeira Prenda do Estado do Rio Grande do Sul. Convidamos, igualmente, para integrar a Mesa dos trabalhos desta Sessão Solene, o Excelentíssimo Prefeito Municipal de Lavras do Sul, Aristides Costa, Presidente da Associação dos Prefeitos do Sudoeste do Estado. Convidamos o Prefeito de Nova Santa Rita, Sr. Odone Machado Ramos, irmão do homenageado. Queremos dizer da nossa satisfação, na condição de dirigente da Mesa Diretora da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, em presidir esta Sessão de outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre ao gaúcho, nativista e estudioso da nossa história, jornalista emérito, comunicador de larga expressão no jornalismo e, sobretudo, no movimento de Tradições Gaúchas e Nativistas no nosso Estado, Odilon Machado Ramos. Queremos dizer da nossa satisfação em receber esse público tão representativo e tão significativo que nesta noite comparece a esta Casa para prestigiar esta homenagem ao Sr. Odilon Machado Ramos por seus trabalhos, por sua dedicação, por sua luta, iniciativa esta do Ver. Giovani Gregol que teve a acolhida unânime dos Vereadores desta Casa em votação realizada na Sessão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Não há dúvida de que essa iniciativa se constitui num grande momento, pois homenageia não só o cidadão de Porto Alegre Odilon da Silva Machado Ramos, mas todas as nossas raízes, a nossa história e a nossa tradição, e mostra, de forma clara e inequívoca, o engajamento também da Cidade de Porto Alegre nas coisas do nosso Rio Grande e no reaquecimento da nossa tradição gaúcha e do movimento tradicionalista do Rio Grande do Sul, quer seja por suas tradições, por seus atos, por seus hábitos e, sobretudo, pelas manifestações musicais e artísticas de nossa gente. Por isso tudo aplaudimos a iniciativa oportuna do Ver. Giovani Gregol, que teve a acolhida unânime dos Vereadores deste Legislativo Municipal. Hoje aqui, por volta das 19h, numa brisa outonal, num belo entardecer e início da nossa noite porto-alegrense, com o final de um pôr-do-sol, recebíamos, à frente da Câmara Municipal, os cavalarianos que saíram no início da tarde da Cidade de Viamão, primeira Capital do nosso Estado, para chegar aqui, ao anoitecer, num passinho tranqüilo até esta Casa, todos eles montados naquele que é o símbolo maior da nossa ligação com a terra e com as nossas tradições, que é o cavalo do gaúcho. Por isso a nossa satisfação e a emoção também de poder, neste dia a todos os Senhores que vêm prestigiar esta solenidade, a nossa satisfação de poder acolhê-los na Casa da representação popular da Cidade de Porto Alegre. Somente com a iniciativa do Ver. Giovani Gregol, e o prestígio e carinho com que é cercada essa nossa figura extraordinária do nosso querido Odilon Machado Ramos, é que se consegue esse feito de encher o Plenário grande do Legislativo da Cidade de Porto Alegre com pessoas tão representativas da nossa sociedade e do nosso movimento gaúcho. Muito obrigado a todos.

Passamos agora às manifestações das diversas Bancadas com assento nesta Casa. Recebê-los aqui, neste momento, nesta noite, por ocasião da entrega e da outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre a Odilon Machado Ramos, creiam, é uma satisfação muito grande e uma honra muito especial ao Legislativo da Cidade de Porto Alegre.

O Ver. Giovani Gregol está com a palavra.

 

O SR. GIOVANI GREGOL: Exmo. Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. Isaac Ainhorn; Sr. Odilon Machado Ramos, nosso amigo e homenageado desta noite; demais Vereadores e Autoridades que nos assistem. (Saúda os demais componentes da Mesa.)

É uma grande satisfação e honra para nós estar aqui, hoje, também como proponente do título ao nosso grande homenageado, Odilon Machado Ramos. A festa é grande, como podemos ver. Há muitos presentes na Casa. Já fiz referência aos vários eventos de hoje neste início de noite com inúmeras manifestações culturais, manifestações de grupos de amigos e conterrâneos, de colegas de profissão, de vida artística. Parentes, admiradores do homenageado fizeram um belíssimo mutirão de várias partes do estado, inclusive do seu Município de nascimento e de outros, através de seus Prefeitos. Dirigiram-se à Cidade de Porto Alegre e a esta Casa, que tem mais de dois séculos de existência e que é, e sempre foi, a síntese democrática da Cidade de Porto Alegre. Como dizia, a festa é grande, a festa é nossa. É importante estarmos aqui juntos para fazer a entrega, porque o título já é dele há vários meses, concedido por unanimidade a Odilon Ramos. É grande a sua satisfação, ele nos dizia aqui antes da entrada, de seus familiares e seus admiradores. Nós somos um veículo pelo qual esta homenagem justíssima veio a ser aprovada aqui na Câmara. Nesse fim de semana, eu pensava, ouvindo os discos do Odilon e seu grupo, em escrever alguma coisa. Mas confesso que a emoção foi tanta que eu desisti, porque, primeiro, eu gosto de falar de improviso - fica mais natural, faz mais jus ao seu trabalho. E, segundo, porque seria exaustivo repetitivo desenrolar uma vasta lista que vocês todos, muitos dos quais conhecedores e amigos do Odilon há muito mais tempo do que eu, conhecem. É grande a sua obra, apesar de ele ser relativamente jovem; é difícil desenrolar todos os prêmios que ele ganhou, tanto como profissional da área da comunicação, como artista, poeta, compositor, instrumentista, cantor, líder do grupo, enfim, radialista conhecidíssimo em todo o Estado, principalmente na grande Porto Alegre, devido ao trabalho que ele desenvolve há muitos anos na Rádio Liberdade, no seu programa de grande audiência em outras rádios. Ele começou em Santo Antônio da Patrulha, publicando no seu jornal. Foi criador de jornais, enfim, a sua discografia, os seus dois livros publicados e assim por diante, músicas compostas. Se fôssemos fazer uma lista, nós nos cansaríamos, tamanha já é a grandeza dos feitos do Odilon. A prova disto são as pessoas que estão aqui enchendo a Casa. Não é fácil encher este Plenário, especialmente numa terça-feira à noite. São centenas de lugares, centenas de pessoas que estão aqui para homenageá-lo, sendo que alguns se deslocaram de longe, inclusive, a cavalo. Fazendo esta homenagem ao Odilon, dando a ele este título que honra a ele, que honra também esta Cidade, se adquire, assim, oficialmente, mais um cidadão de grande relevância. E nós sabemos que o Odilon ama esta Porto Alegre, luta por ela. Inclusive o conheci não há muito tempo atrás, alguns anos atrás apenas. Já sou um ouvinte de carteirinha da Rádio e o conhecia, mas tive o prazer de travar conhecimento pessoal com ele em lutas pela qualidade de vida da Cidade de Porto Alegre, pela preservação da nossa cultura, dos nossos espaços, inclusive físicos e concretos de manifestação cultural, principalmente das nossas coisas, da nossa cultura, dos nossos espaços, inclusive físicos e concretos de manifestação cultural, principalmente das coisas, da nossa cultura, da nossa querência que, infelizmente, nós sabemos, ainda são muito raros. Como vocês todos, em o conhecendo, aprendi a admirá-lo. Nós entendemos de que já era hora, até pelo grande número de ouvintes que ele tem, de propor este título que foi aprovado por unanimidade. Mas eu dizia, ao homenagear o homem, ao homenagear o específico indivíduo, nós também estamos - embora não seja o nosso objetivo principal, o nosso objetivo é homenagear a pessoa do Odilon, é trazer mais um título a ele na sua já grande lista de conquistas e mais um importante título de Cidadão a esta Cidade - mas nós estamos também homenageando, e é preciso ressaltar, nós estamos homenageando todos aqueles que lutam pelas nossas coisas e até, antes disso, eu diria todos aqueles que lutam pelas nossas coisas e até, antes disso, eu diria todos aqueles homens de bem, porque quem conhece o homenageado sabe que ele é um homem de bem, um homem sério, um homem honesto, de palavra, amigo de seus amigos. Dirão muitos: “mas todos deveriam ser assim”. Infelizmente hoje, quase às portas do terceiro milênio, estamos numa época em que fazer uma descrição de uma pessoa como eu estou fazendo se torna cada vez mais raro. São poucos os homens e mulheres que fazem jus a esses adjetivos, como o Odilon faz. Então, é uma homenagem à seriedade, à honestidade, à generosidade e à luta daqueles tantos - muitos dos quais estão aqui - que batalham, que estão na mesma trincheira pela defesa das nossas coisas, da nossa terra, da nossa gente, de várias formas, mas especialmente através das suas manifestações artísticas, culturais, folclóricas.

Isso acontece - quero frisar - numa época em que essas coisas todas estão sendo quotidianamente ameaçadas pela vasta avalanche cultural - poderíamos dizer, sem exagerar, lixo cultural, sucata cultural - que avassala os nossos meios de comunicação, principalmente de massa, que faz a cabeça, no pior sentido, da nossa juventude, dos nossos filhos, dos nossos netos, das outras gerações, com o que existe de pior na civilização já decadente e imperialista do primeiro mundo, onde eles próprios já censuram e cerceiam o próprio consumo daquelas manifestações culturais que aqui nos são jogadas sem nenhum tipo de controle.

Nós sabemos como é dura, como é sincera, como dá satisfação a atividade daquelas artistas, poetas, comunicadores, como o Odilon - que certamente é um exemplo, é um líder -, que teimosamente, prazerosamente continuam batalhando, dia-a-dia, pelas nossas coisas, não só com aquele farol voltado ao passado, mas - como eu falava com a bela e inteligente primeira-prenda do Rio Grande do Sul - resgatando o que há de melhor na nossa tradição e sempre reatualizando, recontextualizando isso para o nosso dia-a-dia e para o nosso futuro. Só dessa forma conseguiremos manter a nossa identidade. Povo sem memória é povo escravo. Já dizia o hino rio-grandense, na sua última estrofe que “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. É uma grande verdade, uma grande herança, um grande legado deixado pelos Farroupilhas que têm em muitos de nós, e entre eles o Odilon, os seus melhores seguidores. Humildemente, simplesmente como ele é, um homem despretensioso, mas de muita garra, de muita firmeza e de muita certidão do que está fazendo e de onde quer chegar. A festa continua e é do Odilon e é de vocês. A casa está simplesmente acolhendo. Essa luta queremos continuar travando; devemos e queremos continuar travando, sem espírito de choradeira, mas com espírito de pé no chão, de certeza das dificuldades da nossa época e das grandes, imensas batalhas e desafios que travamos e iremos travar em defesa da nossa terra, da nossa gente, enfim, da nossa querência.

Com homens como o Odilon, que nos dão exemplo, queremos, irmanados, continuar nessa caminhada, nessa trincheira, nessa empreitada, nos alegrando, confraternizando e homenageando os que, com justeza, devem ser homenageados. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O próximo orador, que fala em nome da Bancada do PFL, Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: (Cumprimento os membros da Mesa.) E nesta reunião especial o Legislativo de Porto Alegre, em horário extraordinário, abre as suas portas para receber esta plêiade de valores que vem aqui se solidarizar com Projeto de Lei proposto pelo Giovani Gregol e que a unanimidade da Casa consagrou ao conceder a cidadania de Porto Alegre ao nosso ilustre homenageado. Caro amigo, correligionário, companheiro de luta, ex-Deputado Estadual pelo Rio Grande, meu fraterno amigo Antonio Carlos de Azevedo, hoje Vice-Prefeito da sua Santo Antônio da Patrulha e aqui representando o titular daquele próspero Município do Rio Grande do Sul. Caro doutor Daiçon Maciel da Silva, digníssimo representante da Secretaria de Estado de Negócio da Educação. Ilustre Prefeito de Lavras do Sul, a quem tive o privilégio de conhecer no dia de hoje, Aristides Costa, que aqui representa, além do seu Município, todos os municípios do Sudoeste do Rio Grande, posição que ele detém na condição de Presidente da Associação de Prefeitos daquela próspera região do Rio Grande do Sul. Caro Prefeito da Nova Santa Rita, que hoje aqui se divide nos laços do coração, comparecendo a esta solenidade, Obviamente na condição de legítimo representante desse novo município do Rio Grande que lhe delegou poderes para dirigi-lo, mas sobretudo como irmão do nosso homenageado, que partilha desta alegria de vê-lo, dignamente, de forma muito justa, transformado em cidadão de nossa Capital. Caro senhor representante da Secretaria de Negócios de Turismo do Rio Grande, Sr. Jorge Labela; meus Senhores, minhas Senhoras; colegas Vereadores.

Todos devem ter observado um lapso de nossa parte. Existem duas pessoas na Mesa que não foram por nós saudadas. De um lado, a juventude da Elisângela Reghelin, Primeira Prenda do Estado do Rio Grande do Sul. Propositadamente deixei para o final essa referência, porque quero confessar a todos que eu nasci nas barrancas do Rio Quaraí, na minha querência querida, e nada me alegra mais aos olhos do que ver a juventude, a beleza e a simpatia, vestida de prenda, honrando a tradição do Rio Grande. No meu tempo de meninote, nós usávamos bombachas e as nossas companheiras usavam um vestido rodado, porque era tradição na campanha do Rio Grande.

Elisângela, eu quero te agradecer, em nome do Legislativo de Porto Alegre, por tu vires com a tua simpatia, com o teu amor ao Rio Grande, dignificar esta festa que a Cidade de Porto Alegre faz para o seu novo cidadão.

Por derradeiro, eu reservei uma referência à Dona Martina Machado Ramos, genitora do nosso homenageado, desse homem tão prendado, tão rico de valores, como bem descreveu o Ver. Giovani Gregol. O Ver. Giovani Gregol e o Ver. Elói Guimarães sabem bem, e muito mais V. Exa., que ninguém consegue ter tantas qualidades pessoais se não tiver no seu passado uma mãe que lhe segurou nos braços com carinho fraterno, com amor, com dedicação, a ponto de fazer tão respeitável, como é o Osmar, hoje, na nossa sociedade. Por isso, Dona Martina, receba a nossa homenagem nesta data ainda tão próxima do Dia das Mães, quando todos nós ainda estamos lembrando das nossas mães. Da minha lembro eu, egoisticamente, porque a visitei no domingo, ela que se recupera de um acidente, nos seus 79 anos de idade. Tive a alegria de privar com ela algumas horas durante o domingo. Hoje, vendo a Senhora, eu homenageio a todas as mães do Rio Grande que, com muita fraternidade, muito amor, muita alegria, vêem seus filhos, seus rebentos, serem destacados como a Senhora vê o seu filho hoje. (Palmas.)

Nos idos de setembro de 95, mal havia transcorrido a Semana Farroupilha, fui cooptado pelo Ver. Giovani Gregol, que, na busca de uma chancela regimental, nos pedia, na condição de Líder do Partido da Frente Liberal, a assinatura necessária para que tramitasse na Casa o Projeto de Lei que se transformou na outorga da cidadania ao nosso Odilon, que hoje homenageamos. Na oportunidade, disse ao Ver. Gregol que me lembrava o meu pronunciamento poucos dias antes, durante os festejos da Semana Farroupilha, a um nativista, a um tradicionalista e, sobretudo, a alguém que vincula o culto à tradição a essa consciência da responsabilidade social que temos todos nós, especialmente os comunicadores, com a defesa da vida, da ecologia. Não se tinha o direito de discutir as suas qualificações outras, porque isso, por si só, para mim, era suficiente para justificar, não só o apoio regimental, como o comprometimento antecipado com o apoiamento, para que a mensagem viesse a ter, na Casa, aquela receptividade que veio a ter, afinal, com a aprovação unânime de todos os Pares. Mal tinha afirmado ao Ver. Giovani Gregol que assinava a sua proposição, sem ler o nome do homenageado, em confiança ao meu ilustre colega, quando a minha ex-colega, hoje aqui presente, Vera. Bernadete Vidal, me advertia: “Pujol, tu acabas de assinar um projeto do mais alto significado; vais homenagear um dos maiores comunicadores do Rio Grande e ousas dizer que desconheces a figura do Odilon Machado Ramos? Acaso desconheces o trabalho que este homem vem fazendo pela cultura do Rio Grande? Acaso não tiveste ainda a sensibilidade de perceber que essa pessoa é benquista, amada, reconhecida não só na sua Cidade de Santo Antônio, onde atua intensamente no jornalismo, onde já musicou campanhas eleitorais, como também em Osório, Viamão, Porto Alegre, Grande Região Metropolitana, em todo o lugar? É um homem respeitado, porque verseja, canta, fala das coisas do Rio Grande, faz com amor, com consciência cívica, com postura telúrica e, sobretudo, com dedicação às coisas do nosso Estado?”

Pedi perdão à Bernardete e disse que um dia viria à tribuna da Câmara. Estou resgatando nesta hora este compromisso, dizendo que eu e Porto Alegre sabemos quem é Odilon Machado Ramos. Ele é um Cidadão de Porto Alegre, por direito e por justiça. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Gostaria de registrar a presença, neste Plenário, do Secretário de Turismo de Lavras do Sul e Presidente da Associação de Turismo do Pampa, Sr. Jorge Labella.

É  com muita satisfação que registramos a presença, pois ela é uma pessoa de personalidade muito forte - o Ver. Pujol acaba de citá-la no seu discurso, pois teve que fazer uma correção no percurso da experiência e da vivência cultural do Ver. Pujol - da nossa querida ex-Vereadora Bernadete Vidal, que nos honra com sua presença na noite de hoje, nesta Casa. (Palmas.)

É uma noite de grandes manifestações, e dando continuidade a estas manifestações na noite de uma Sessão Solene tão representativa, nós passamos a palavra ao Ver. Elói Guimarães, que falará em nome das Bancadas do PDT e PMDB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: (Saúda os componentes da Mesa.) Saúdo com muita emoção a Sra. Martina Machado Ramos, com seus cabelos esbranquiçados pelo tempo, pela geada do tempo, mãe do nosso homenageado e mãe também de uma família de treze filhos, a maioria aqui presente; Srta. Elisângela Reghelin, a nossa Primeira Prenda do Estado do Rio Grande do Sul, a Elisângela, que orna esta Casa pela sua beleza, pela sua juventude; Prefeito de Lavras do Sul, Aristides Costa, que representa a Associação de Prefeitos do Sudoeste do Estado; irmão do homenageado, nosso amigo Odone Machado Ramos, que é o primeiro Prefeito da Cidade próxima da Capital, da Cidade de Santa Rita; tantas pessoas, tantos amigos, que vejo que fica difícil homenagear. Está aqui conosco, representando Legislativo da Cidade de Santo Antônio da Patrulha, Antônio de Azevedo e sua esposa; o Germano; o Dr. Francisco Quadros, médico do nosso Município. Vejo velhos amigos, como o Clotário e tantos outros, que ficaríamos horas e horas a mencioná-los. Vejo lá, quase que na última fileira, o Tartaroti. Este que é o empreendedor do sistema de comunicação da Rádio Liberdade.

O Odilon chegou ao parlamento municipal, a esta Casa, como chega o bom gaúcho. Veio ele no sinuelo de um piquete e aqui, na rampa municipal de Porto Alegre, foi recebido pelos Vereadores, pelo Presidente da Casa. Também queremos cumprimentar aqui os integrantes desse piquete. Mas eu, Gregol, como conterrâneo do homenageado, quero, em primeiro, agradecer, e sei que estou fazendo em nome dos patrulhenses, dos rapadureiros, como na intimidade nos chamam, quero agradecer porque tu não estás homenageando a gente de Santo Antônio, os homens e mulheres daquela terra, que aqui se fazem presentes. Então, a minha primeira homenagem, o meu primeiro agradecimento é a ti, Gregol, que em bom momento escolheste alguém que dignifica as letras chucras do Rio Grande, o nativismo do Rio Grande. Mas, Odilon, nós acompanhamos o teu trabalho ao longo do tempo, não só na atuação no Município de Santo Antônio, através da rádio, através do jornal, mas também o teu trabalho como escritor, como poeta, concebendo obras onde tu expressas todo o valor, toda a temperança do nosso Rio Grande, todo o valor e toda a espiritualidade que nós, como tu, homens de raiz, sabemos expressar. Nós, aqui em Porto Alegre, acompanhamos o teu trabalho, não só no disco, na poesia, como referi, nos versos fluentes. O Odilon é um homem que maneja com grande facilidade a palavra, como maneja bem o laço. Presidente Isaac, num grande momento da Casa, porque ela está lotada e aqui é o grande Plenário da Câmara de Porto Alegre, o Plenário Otávio Rocha. Que belo colorido, Sra. Martina! Que beleza os amigos, os parentes, aquele chão de Santo Antônio aqui presente! E o Odilon para produzir essa obra intelectual que faz, no verso, na canção, na pajada que é bom, que ele bebeu sim, a água cristalina que desce dos nossos morros, nos morros de Santo Antônio.

Então, é uma honra muito grande para nós podermos fazer esta homenagem neste dia memorável para a Cidade de Porto Alegre, porque nela reconhecemos o trabalho, a dedicação de fazer, de reproduzir a história das raízes do nativismo. Esse é um grande momento e um cultor das nossas tradições, e reiteradamente se diz que povo que não tem tradição é povo que não tem história, e povo que não tem história é povo que não tem presente. Então, Odilon, quando nós todos aqui presentes te homenageamos, queremos te agradecer profundamente, do fundo da alma e do fundo do coração, pelo trabalho que faz de sociologia política, porque talento como o teu é capaz de transmitir por onde andas, nos microfones da “Liberdade”, toda a história do gaúcho, essa história bela e simples do Rio Grande do Sul. E nós, tradicionalistas e nativistas, quando temos oportunidade de homenagear, não podemos deixar de lado o que representa os nossos poetas que cantam a língua, os versos auridos no cotidiano, no dia-a-dia. Ora, os valores mais firmes da nacionalidade são exatamente esses valores simples e singelos que o gaúcho absorve no dia-a-dia de sua lide. É um momento importante, de grande enlevação às evocações nativistas do nosso Estado, porque, enquanto tivermos homens da estirpe, do talhe, da cepa do Odilon, o Rio Grande continuará assim, continuará sendo o que é e o que foi no curso da história, porque temos dito que nós gaúchos, e Santo Antônio é um Município essencialmente gaúcho, somos brasileiros não por acidente geográfico e nem pelas manhas da diplomacia: somos gaúchos porque optamos por ser gaúchos, porque no passado os nossos ancestrais, à pata de cavalo e à ponta de lança, marcaram com sangue, com sofrimento, com luto as fronteiras meridionais do nosso País. É um momento de grandiosidade este em que temos a oportunidade bela, rica de homenagear a figura de Odilon, esse homem que tem discos e conjuntos musicais. Outro dia dizia um amigo meu que não teve oportunidade de ir a um fandango comandado por ti. Dizem que nos fandangos comandados pelo Odilon ronca a gaita, vai todo mundo para a sala e só termina quando o dia vem clareando já no cantar do galo. Recebe nossa homenagem pela tua produção intelectual. O poeta é aquele que escreve fazendo rima, cantador. E porque não dar uma relembradinha na tua irmandade, nos Machados, cantadores de ternos-de-reis da região, sob o comando do Orêncio, irmão do Odilon. As cantigas dos caminhos! Nas estradas, dois ternos-de-reis se encontram, às vezes, vão até o amanhecer do dia, trocando versos e bico-espora e bico-e-ponta. Então, é um grande momento para a Câmara Municipal este que agora nós aqui assistimos em Sessão Solene. Fica, portanto, Odilon, a nossa homenagem pessoal, do conterrâneo do PDT, que é o Partido que represento nesta Casa, e que tu continues produzindo cultura para o Rio Grande, porque enquanto produzimos cultura nativista, enquanto produzimos culturas de raiz, este Estado jamais perderá a sua identidade. Odilon, que Deus proteja a tua família e a tua querida mãezinha. Nós aqui ficamos extremamente gratificados. Portanto, estas são as modestas palavras que este teu conterrâneo te dedica, sendo feitas ao sabor do improviso, porque exatamente, como disse o Ver. Giovani Gregol, é no improviso que nos bate a alma e bate mais forte o nosso coração de Santo Antônio. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não é um desafio, nem um embate de oratórias, mas manifestações, como os Senhores podem observar, de grande dote de oratória, de Vereadores que aqui se manifestaram nesta noite, desde as barrancas do Rio Uruguai, passando pela região colonial italiana, passando por Santo Antônio da Patrulha e, finalmente, chegando em Porto Alegre. Pelas representações que os Senhores viram, a única pessoa de Porto Alegre aqui sou eu.

Depois das manifestações de todas as Bancadas representadas pelos Vereadores Giovani Gregol, Reginaldo Pujol e Elói Guimarães, teremos agora, nesta Sessão Solene, a apresentação do Coral de São José, com a música “Negrinho do Pastoreio”.

Registro o recebimento de manifestações como a do Deputado Estadual Bernardo de Souza, e também um telegrama do Sr. Onerci e Família.

 

(Procede-se à apresentação do Coral.)

 

Nós, agora, passaremos à entrega daquilo que prevê a Lei Municipal quando à outorga do Título de Cidadão de Porto Alegre, que é o diploma e a medalha. Nós vamos fazer a entrega, também, ao homenageado, de uma lembrança da Câmara de Vereadores, que é uma obra editada recentemente, comemorativa aos anos da nova sede da Câmara de Vereadores. É uma obra dos Poetas Luiz de Miranda e Luiz Coronel - “Porto Alegre à Beira do Rio e em Meu coração” -, com uma série de fotos ilustrativas da nossa Cidade. É uma lembrança da Câmara de Vereadores ao nosso homenageado. E eu, pessoalmente, vou fazer um pouco de propaganda lá da fronteira com a Argentina. A noite é de Santo Antonio da Patrulha, mas há representações as mais diversas: Quaraí, Rio Uruguai, Lavras e Nova Santa Rita. Mas também vou fazer a entrega da obra de um Vereador, nosso amigo, lá da minha região - porque além de porto-alegrense, tenho ligações com São Borja e Itacorubi - um CD, porque lá também se produz CD. Vou fazer a entrega ao homenageado de uma obra gaúcha dos Pampas, que é de um jovem - Pileco - artista lá da região missioneira. (Palmas.)

Vou convidar o Ver. Giovani Gregol para fazer a entrega do diploma de Cidadão de Porto Alegre e convido a todos para que fiquem de pé para essa participação solene da entrega, e convido a sua mãe para fazer a entrega da medalha de Porto Alegre ao seu filho.

(É feita a entrega.)

 

Convidamos os Vereadores Reginaldo Pujol e Elói Guimarães para fazerem a entrega da obra. (Palmas.)

Numa situação extraprotocolar, o Elói vai fazer a entrega de uma obra da Câmara de Vereadores sobre Porto Alegre de poesia e fotos à nossa primeira prenda do Rio Grande. (Palmas.)

Com a palavra o nosso homenageado, Cidadão de Porto Alegre, de fato e de direito, Sr. Odilon Machado Ramos.

 

O SR. ODILON MACHADO RAMOS: (Saúda os componentes da Mesa.) Permitam-me lembrar do ranchinho de madeira sem pintura, da cozinha de chão batido e do fogão de tijolos, do tempo das coberturas de santa-fé. Desde sempre, a cobertura de santa-fé foi algo que me chamou a atenção, pelo nome deste vegetal: santa-fé, que, por alguma razão, sempre soou bonito aos meus ouvidos, de forma que devo tê-lo guardado no inconsciente. Conhecendo a pobreza desde cedo, jamais me incomodei com ela; ao contrário, meus pais transformaram essa condição de vida numa forma de ensinamento. A pobreza foi a nossa escola de humildade, de trabalho, de honestidade, sempre sob a mesma cobertura: santa-fé. Um dia o nosso rancho haveria de ser melhor, menos humildade e talvez não precisasse mais daquele vegetal como teto, mas pela nossa vida afora haveria sempre uma santa-fé a nos abrigar.

Desculpem esta nostálgica divagação. A minha mãe e os meus irmãos que aqui estão, bem como os demais familiares e conhecidos mais próximos hão de saber do que estou falando. E, depois, os sonhos! Talvez tenha herdado a alma de poeta de meu pai e com ele aprendido a sonhar. E a emoção, que sempre é o combustível que move as nossas ações, a emoção, que é como um potro bufando dentro da gente, a me cutucar, convidando para seguir em busca dos meus sonhos. Aos 15 anos, ao microfone da nossa querida Rádio Sulina de Santo Antônio, hoje Itapuí, era a primeira cancela que se abria para eu soltar o meu potro emoção. Aos 17, tentei a sorte na cidade grande, mas poucos meses depois soube que meu pai tinha chorado de saudades minhas: voltei correndo para perto dele. Ele era paralítico, fisicamente incapaz, mas tinha a alma mais trabalhadora, a alma mais corajosa e valente que a santa-fé poderia cobrir. Anos depois, foi ele que partiu, e quem até hoje chora de saudades dele sou eu, somos nós.

Mas um dia, um dia Porto Alegre. Que angústia, que medo! E, ao mesmo tempo, que vontade de enfrentar. Cheguei estranhando tudo e brigando com tudo; e até hoje brigo com muitas coisas nesta Cidade grande. A minha ingenuidade de guri lá de fora não entende tanta casa enorme, quase vazia ou vazia, e tanto vivente dormindo na rua. O guri que pede esmola na sinaleira, a guria que vende o corpo no Centro da Cidade ainda me chocam. O potro bufa, revolta dentro de mim. Então eu grito. E grito pela árvore derrubada sem motivo, pelo animal caçado indevidamente. E grito por mais respeito e atenção para com a cultura da minha terra e a tradição do meu povo. Eis que, para a minha surpresa, a cidade grande não me reprime. Não reprime a minha rebeldia e o meu grito e nem me pune por expor a minha emoção e o meu sentimento. Ao contrário, Porto Alegre até quer me adotar. E me adota. E abre os braços e me acolhe como filho. Tenho que confessar que, na minha humildade, jamais ousaria sonhar tamanha honraria. Eu sei que esta honraria me é concedida pela generosidade do Ver. Giovani Gregol e demais membros desta Casa. Eu vou ser eternamente grato por isso. Eu só posso prometer honrar, sempre, este título que me é concedido hoje e que eu recebo cercado de tanto carinho e o olhar afetuoso de tanta gente importante. Tenho que agradecer. Tenho muito que agradecer, e, certamente, ao enumerar, vou cometer alguma injustiça. A gente sempre acaba omitindo alguém que precisava ter sido lembrado. À Rádio Liberdade a porteira grande que se abriu para que o potro-emoção pudesse galopar mais longe. A um amigo especial, ao amigo Luis Padilha, que foi parceiro sempre e que é parceiro agora, está ali, quase anonimamente, trabalhando mais do que ninguém; à Janete, aos meus parceiros cavalarianos que trotearam de Viamão até aqui me amadrinhando na chegada nesta Casa; aos meus colegas músicos, representados por companheiros do grupo onde trabalho atualmente, do grupo de Chão Batido, do grupo Pampa e Guitarra, do grupo Quero-Quero, e deve haver alguém mais, representando o mundo da música.

Agradeço aos meus amigos, aos meus conterrâneos, às pessoas que vieram de outras querências para que eu pudesse dividir esta imensa alegria, esta imensa emoção.

Divido com cada um de vocês esta alegria, este prazer. Divido com a minha família, desde a minha mãe, até o meu neto que está aí. Divido com o mundo tradicionalista, representado por vários bombachudos e muito bem representado pela Primeira Prenda do Estado.

Este título é de todos nós. Eu fui generosamente escolhido para ser o representante deste imenso mundo que é a nossa cultura tradicionalista. Dedico, por fim, esta honraria à minha mãe; dedico a Deus este momento precioso de minha vida; dedico à memória e à saudade daquele que me ensinou que santa-fé não é somente um vegetal para cobrir o rancho - Demétrio Machado Ramos, meu pai. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Como os Senhores podem notar, esta é uma noite - eu já imaginava - de muita alegria, de muita emoção, meu caro Odilon. Duas grandes pessoas se uniram para realizar esta noite: o autor da iniciativa, que, na sua humildade, fez um convite em que botou o nome do Presidente em letras garrafais e o dele, autor da proposição, Giovani Gregol, bem pequenininho; de outro lado, a tua figura que, com a tua manifestação, comoveu a todos nós.

Antes de encerrarmos, depois de te outorgar esse título, quero dizer que alguns não te conheciam na Câmara; conheciam-te apenas pelo aval de alguns Vereadores, como o Elói, o Giovani e a Bernadete. Mas amanhã poderemos transmitir no Plenarinho, local dos trabalhos normais, por ocasião da Sessão de amanhã à tarde, as emoções e o momento de grandeza que vivemos por ocasião desta Sessão Solene aqui, na Câmara de Vereadores.

Para encerrar esta Sessão Solene, convidamos, novamente, o Coral Municipal de Cachoeirinha, que cantará, como sua última apresentação, a música “Meu rancho-coração”, de autoria do homenageado.

 

(O Coral apresenta a canção.)

 

Antes de encerrar a presente Sessão Solene, registramos a presença do Ver. Pedro Ruas, que é lá do Alegrete.

Agradecemos a presença de todas as autoridades presentes nesta homenagem, também do nosso homenageado e seus familiares, que muito nos honraram com a sua presença aqui, na Câmara Municipal.

Está encerrada a presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h.)

 

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